O crescimento de uma empresa está diretamente relacionado ao seu planejamento, afinal, como dito pelo gato Cheshire em Alice no país das maravilhas “Para quem não sabe onde quer chegar, qualquer caminho serve”.

Planejamento está diretamente relacionado a determinadas práticas e técnicas, que juntas, contribuem para o sucesso das empresas. Nesse contexto, o planejamento vai além do dia a dia de vendas, processos administrativos, investimentos entre outras atividades, necessárias para que a empresa possa funcionar. Além destes processos, que devem ser aperfeiçoados diariamente, existem outras melhorias que, quando bem executadas, trazem reflexos duradouros no desenvolvimento das empresas.

Dentre as inúmeras melhorias em processos internos a Governança Corporativa é uma das principais estratégias para direcionar as empresas rumo ao crescimento no longo prazo.

Mas o que é Governança Corporativa?

Bem, se você é empresário, é muito provável que em algum momento tenha ouvido falar em Governança Corporativa, mas caso desconheça o assunto ou não tenha entendido direito essa prática, continue a leitura.

Podemos dizer que a Governança Corporativa dentro de qualquer empresa, seja pequena, média ou grande, é muito importante, uma vez que essa prática está diretamente ligada à gestão e ao fortalecimento do negócio ao longo do tempo ou na sua perpetuidade.

Para ter Governança Corporativa na empresa é necessário disposição, pois será indispensável aprimorar e implantar uma série de práticas, costumes, processos e regras, cujo principal objetivo é organizar a gestão e trazer transparência para a operação.

As diversas mudanças propostas pelas boas práticas de Governança Corporativa não estão restritas somente à gestão da empresa, devem abranger o todo, ou seja, funcionários, fornecedores, clientes entre outros.

Para chegar mais longe, é importante que todos os interesses estejam alinhados.

Governança Corporativa na minha empresa, qual a importância?

Em qualquer empresa a Governança Corporativa é importante, afinal, ela é uma forma de garantir que todos os envolvidos estejam alinhados e em sintonia. Ademais, esse alinhamento contribui para evitar conflitos e principalmente, traz uma maior transparência aos processos internos e externos.

O envolvimento dos stakeholders é amplo e compete tanto aos indivíduos internos, como gestores e funcionários quanto externos, como clientes e fornecedores. Nesse quesito, todos devem atuar em harmonia, de maneira a garantir as boas práticas, causando reflexos diretos na imagem e desenvolvimento da empresa.

Princípios e boas práticas de Governança Corporativa

Como já comentado, não basta somente os gestores estarem preocupados com implantação e desenvolvimento da Gestão Corporativa da empresa, todos devem fazer sua parte, somente assim o projeto apresentará bons resultados. Para isso, todos os envolvidos devem compartilhar dos mesmos princípios:

Transparência

Transparência e Governança Corporativa são complementares, afinal, para que possa haver uma confiança recíproca e todos possam enxergar o mesmo alvo, as informações devem ser precisas e transparentes.

Uma boa prática para trazer transparência à organização é realizar reuniões constantes de acompanhamento, criar um hábito onde todos estejam sempre cientes do que está acontecendo e quais os caminhos estão sendo traçados. Essas reuniões podem ser semanais, mensais, bimestrais ou qualquer outro prazo que melhor se adeque na organização e para dar certo é importante a continuidade, ou seja, definir um prazo e sempre cumpri-lo.

Para que as reuniões possam ser produtivas os participantes devem estar munidos de informações e neste aspecto, criar rotinas para a estruturação de relatórios e controles gerenciais contribuem para organizar as informações e principalmente, que elas possam chegar às pessoas certas.

Isonomia

Para que as decisões possam fluir dentro da empresa é imprescindível que os gestores e demais envolvidos no negócio tenham isonomia, ou seja, que trabalhem, dentro de seus níveis de hierarquia, de maneira justa e igualitária.

Nesse aspecto é importante levar em consideração os direitos e deveres de todos os profissionais envolvidos, bem como, entender seus interesses, necessidades e expectativas.

Este movimento só é possível quando estão claros os papéis e responsabilidades das pessoas envolvidas na operação, isso porquê, a partir do momento que todos entendem seu papel na organização, eventuais conflitos, erros, confusões etc. tendem a serem mitigados.

Por outro lado, a falta de isonomia pode levar a empresa a um entendimento errôneo da operação, pois da mesma forma que um setor pode estar munido de informações corretas, outro pode ter informações erradas, levando a uma má decisão e consequentemente a perda de resultados.

Dessa forma, a isonomia e transparência contribuem com o atingimento dos resultados e o crescimento da empresa.

Accountability

Talvez o termo accountability não faça parte de seu dia a dia, por outro lado, com certeza você já deve ter se deparado com o termo prestação de contas. Na prática, ambas terminologias levam ao mesmo fim e seu objetivo aqui é que todos os envolvidos na operação prestem contas sobre as suas ações e como elas contribuem para que a empresa atinja seus resultados.

Se por um lado, a ideia de prestar contas tem como objetivo principal tratar os aspectos financeiros, que devem ser claros e objetivos para que sejam utilizados como ferramenta para a tomada de decisão. Por outro lado, a prestação de contas também irá tratar as inúmeras atividades desenvolvidas na empresa, de forma a agregar responsabilidades a cada envolvido, não somente na sua execução, mas principalmente em como elas contribuem para o atingimento dos resultados.

Responsabilidade

A responsabilidade para com o negócio está relacionada com as decisões tomadas pela alta gestão com o objetivo de manter a sustentabilidade da operação. Estas decisões vão além do aspecto financeiro, envolve também a parte ambiental, pessoas entre outros. Numa visão mais macro podemos referenciar o princípio da responsabilidade com algo muito comentado ultimamente, o EESG (Economic Environmental Social & Governance) em português Economia, Ambiental, Social e Governança, obviamente o conceito de ESG é muito mais amplo, motivo pelo qual a Governança Corporativa faz parte dele, por isso será tema de um texto futuro.

Para que as decisões sejam tomadas racionalmente é necessário que os gestores estejam municiados de informações que exponham a real situação da empresa, possíveis riscos e contingências das quais ela possa estar exposta. Com essas informações em mãos os envolvidos terão como missão solucionar ou mitigar estes problemas.

Conselho de administração

Para que a Governança Corporativa seja sustentável e possa cumprir com seu objetivo de elevar o nível da empresa é necessário a implantação de um Conselho, que será formado por profissionais internos e externos à empresa e que terão como responsabilidade orientar e contribuir com as tomadas de decisão.

Em grandes corporações é comum observarmos uma grande estrutura no conselho de administração, por outro lado, em empresas menores, com uma menor capacidade financeira isso nem sempre é possível e neste caso, a estrutura pode iniciar pelo conselho consultivo e conforme a empresa vai atingindo maiores resultados vai-se formando o conselho administrativo.

Quando o conselho é instalado na empresa, grandes mudanças, para melhor, acontecem, proporcionando maior qualidade na gestão e ganhos de longo prazo.