O Brasil está testemunhando um reaquecimento notável no mercado de Fusões e Aquisições (M&A) impulsionado pelo declínio consistente da taxa Selic apresentado pelo BC. Essas movimentações trazem um cenário positivo para M&As em 2024, movimento que começou a surgir no último trimestre de 2023, quando a estrutura se tornou mais favorável para empresários e o desenvolvimento de novos negócios.

Jairo Loureiro, Co-founder, Managing Director e Co-head de Investment Banking, observa que o apetite por Fusões e Aquisições deve continuar crescendo ao longo de 2024.

“O cenário de M&A, de movimentações entre empresas de setores distintos, está se reaquecendo. Estamos vendo isso desde agosto. Acredito que isso terá um vetor de aceleração maior em 2024, com a queda de juros, e que trará uma participação mais ativa de players internacionais, no mercado cross border, com um número de transações e de atividades mais significativas do que foi esse ano. Estamos em uma ascendente positiva para essas transações”, afirma Loureiro.

Evolução no Mercado de M&A

Embora a maioria das Fusões e Aquisições ocorra dentro das próprias verticais de negócios, há um aumento nas transações entre setores distintos. O critério fundamental para essas transações continua sendo a busca por empresas com bom posicionamento de mercado, fortaleza financeira e presença em mercados com horizontes de desenvolvimento claros.

Em conjunto, a perspectiva de oportunidades diversificadas é real, com investidores olhando elementos satélites em vários segmentos, como agrobusiness, tecnologia e indústria.

“O racional é o coração de tudo. E tem muita coisa acontecendo, até como um pouco também efeito da nova geografia política do mundo. Há oportunidade para consolidação de novos contratos para exportação, expansão e fortalecimento de empresas locais”, comenta.

Desafios e Oportunidades

Apesar do otimismo, a concretização de negócios iniciados agora pode não ocorrer levar tempo. Os processos envolvidos em fusões e aquisições são complexos, exigindo tempo, conhecimento profundo e negociações cuidadosas. “Um M&A é uma conversa muito bem trabalhada e estruturada com a empresa. Tem muita análise, reflexão e negociação. É uma construção diária para encontrar soluções, pode levar meses e até alguns anos. O relacionamento é consequência de tudo isso”, explica.

Além do impacto positivo da queda da Selic, outro fator em destaque é o avanço rápido da tecnologia, que redefine as barreiras de competitividade. Empresas agora enfrentam o desafio de permanecerem fortes e competitivas num ambiente de negócios em constante evolução.

“Tem empresas que entendem que, para se manterem vivas e competitivas no nível que precisam, não conseguem do zero em tempo hábil, então optam por essas movimentações. Mas isso não significa que todas precisam de M&A. É uma ferramenta estratégica, precisa fazer sentido”, observa Loureiro.

Promovendo o Crescimento Econômico

Além do reaquecimento econômico promovido pelo M&A, grande parte das transações é realizada em dinheiro, impulsionando a atividade econômica por meio de crédito, expansão e investimento. No entanto, o sucesso do M&A está intrinsecamente ligado a uma economia estável e que consiga transmitir aos stakeholders a sensação de risco baixo. “No mercado normalizado, ele pode ser um forte acelerador, especialmente se o capital externo quer investir no Brasil”, conclui.

Essa fase abre uma janela de oportunidade única para empresas que buscam crescimento, consolidação e novos horizontes nos negócios, destacando a importância de estratégias de M&A bem alinhadas com o cenário econômico em evolução.

Fonte: Fusões e Aquisições.